.................................Módulo identidade médica - Aprender a Aprender - ................................Professor Dr. Paulo Baptista

terça-feira, 8 de abril de 2008

Fígado Normal


Fígado com Cirrose

A cirrose hepática pode ser definida anatomicamente como um processo difuso de fibrose e formação de nódulos, acompanhando-se freqüentemente de necrose hepatocelular. Apesar das causas variarem, todas resultam no mesmo processo. As manifestações clínicas das hepatopatias são diversas, variando de alterações laboratoriais isoladas e salientes até uma falência hepática dramática e rapidamente progressiva. Esse espectro amplo reflete em parte um grande número de processos fisiopatológicos que podem lesar o fígado, e em parte a grande capacidade de reserva do órgão.
Estima-se que aproximadamente 40% dos pacientes com cirrose são assintomáticos. Uma vez que os sintomas se manifestam, no entanto, o prognóstico é severo e os custos econômicos e humanos são altos. No caso do Senhor Severino, esse deve ter sido o maior problema, pois sendo um etilista crônico, talvez tenha adquirido a doença algum tempo, mas só aos 50 anos começou a demonstrar seus sintomas. O paciente com cirrose alcoólica perde em média 12 anos de vida produtiva, muito mais que a cardiopatia ( 2 anos ) e o câncer ( 4 anos ).
Numa fase mais grave da doença pode ocorrer a encefalopatia hepática. O aumento da uréia na circulação do sangue que, não metabolizada, leva o paciente a um quadro de confusão mental e agitação, necessitando de internação e tratamento com antibióticos, remédios esterilizantes da flora intestinal.
O quadro clínico do Senhor Severino é representativo da fase avançada da cirrose hepática pelo álcool, onde ocorre também uma desnutrição importante e a presença de ascite (líquido na cavidade abdominal) conseqüente da desproteinemia (hipoalbuminemia) e hipertensão portal. A deficiência da produção de fatores da coagulação pelo fígado lesado, especialmente protombina, ocasiona sangramentos e agrava a anemia carencial. O edema depressivo nas pernas é resultante da hipoalbuminemia. A recuperação nutricional desses pacientes torna mais fácil o manejo clínico, inclusive possibilitando reduzir a dose de diuréticos. Inicia-se uma dieta com restrição de sal e proteínas e o uso concomitante de agentes diuréticos. Além disso, faz-se necessário a total suspensão da bebida alcoólica, para que a doença não progrida e a prescrição de vitaminas para a reposição nutricional.Os pacientes colestáticos estão aptos a ingerir gordura em sua dieta, para que não se agrave ainda mais seu déficit nutricional.

Kate Millena



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